quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Entrevista com Adriano Ribeiro da Banda KHROPHUS

A banda Catarinense Khrophus (Death Metal) se formou no ano de 1993, ainda sob o nome de DARKNESS, mas esse nome logo mudou para o atual e após algumas mudanças de formação, volta a ativa depois de alguns anos parada. Sendo um dos pilares do Metal Extremo do estado, e de fundamental importância para a cena como um todo. E a seguir temos uma entrevista com o líder, Adriano, guitarrista e fundador da banda que fala sobre essa volta, shows, nova formação, gravação de material inédito.
Segue a entrevista que abre as atividades do Blog SILENT EMPIRE, o qual visa abrir espaço para todos os estilos dentro do Hard/Heavy Metal.


01 – Primeiramente é necessário dizer que é um grande prazer entrevistar a ‘Khrophus’ neste retorno, não só pela amizade, mas sim pela importância do fato no cenário em geral, que ao lado de algumas poucas bandas de SC, constroem e lutam pela realização de shows e afins. Dito isso, me fale em breve palavras sobre o começo, ainda sob o nome de ‘Darkness’.
ADRIANO RIBEIRO – Nós é que temos que agradecer o apoio e a amizade, que sempre têm permeado em nossas andanças. A KHROPHUS foi formada em 06/06/1993 com o nome DARKNESS, e desde o início sempre lutamos por “criar” espaço na cena, visto que naquela época tudo era de outro mundo na cultura musical do nosso estado, tudo chegava atrasado, discos, equipamentos, e era extremamente difícil e caro conseguir bons instrumentos. Mais difícil ainda era ver shows de death metal, e como esse era o nosso estilo, tivemos que lutar muito para fazer com que mantivéssemos uma regularidade na cena. Os anos passaram, e acredito que todo aquele empenho surtiu um bom efeito na cena, pois conseguimos trazer para a nossa região centenas de bandas de outras cidades, estados, e até países, e fizemos muitas amizades impagáveis com pessoas que lutam da mesma maneira nesses lugares. Tenho certeza que foi uma ótima época, e conseguimos mostrar que quando não se têm alguma coisa podemos torná-la possível, basta força de vontade, competência, e perseverança sempre.


02 – E como surgiu o nome ‘Khrophus’? Porque a mudança de nome e qual o significado dessa junção de letras do nome, visto que não tem uma tradução conhecida?
ADRIANO RIBEIRO – Acho que essa é a pergunta que mais respondi nesses mais de 15 anos da banda. Então, eu criei esse nome em 1993, para a letra da música “khrophus”, que era justamente o nome de um guerreiro que lutava tanto contra os excessos do bem quanto do mal. E realmente não tem tradução, até já fiz algumas pesquisas para ver se encontrava em outra língua, mas não encontrei nada nem parecido, e com certeza fico muito contente em ter criado um nome tão diferente. E esse era o nome que eu queria desde o início para a banda, mas os caras que tocavam comigo na época preferiam um nome mais comum como “DARKNESS”. Depois disso tudo aconteceu algo até engraçado, com o nome “DARKNESS” tínhamos uma música chamada “khrophus”, e logo que mudamos o nome da banda para “KHROPHUS” tínhamos uma música chamada “darkness”.


03 – Qual a temática das letras? E quais as principais influências no momento de compor?
ADRIANO RIBEIRO – Nossas letras basicamente falam de sociedade em si, com histórias metafóricas e às vezes até diretas mesmo, passando por política, religião e comportamentos sociais. Já as influências na hora de compor são um mix de tudo que ouvimos, desde o metal extremo até coisas como música clássica, jazz, etc...


04 – Em 2003 foi lançado o Debut Cd intitulado” God From The Dead Images”, de forma independente, mas que foi masterizado na Finlândia, no hoje mundialmente conhecido Finnvox Studio, a cargo de Mika Jussila (Stratovarius, etc). Porque a opção de lançar o álbum de forma independente?
ADRIANO RIBEIRO – Na verdade, nós recebemos propostas de 2 gravadoras, mas como elas não soaram legais ao nosso ver, então preferimos fazer o que sempre fizemos e corremos atrás de tudo, gravação, arte gráfica, design, fotos, prensagem do material, e posteriormente sua divulgação, isto é, coisas que as gravadoras fariam por nós.... Mas dessa forma acho que aprendemos muito, fizemos muitos contatos, e parcerias e isso não tem preço. Quanto à masterização na Finlândia, as pessoas não acreditam quando falo, mas foi muito mais barato na época, apesar de não termos uma proximidade para controlar o resultado final, mas foi nossa escolha na época, e pode ter certeza, foi um grande aprendizado.


05- Este lançamento se seguiu de vários shows pelo Brasil, e que foi uma grande conquista para a banda, inclusive muitos destes shows, dividimos o mesmo palco com minha banda anterior, a Malice Garden. Como foram aqueles tempos para a Khrophus?
ADRIANO RIBEIRO – Pela nossa luta em sempre estar correndo atrás, isso foi extremamente importante, pois o lançamento do CD nos abriu inúmeras portas, começamos a tocar cada vez mais e cada vez mais distante. Fizemos alguns shows internacionais na época, em países como Paraguai e Uruguai, e até fomos para a Argentina, mas por azar, fomos impedidos de entrar no país na fronteira do Uruguai com a Argentina. Mas tudo isso é importante, cada show, cada cidade, estado ou país, cada banda e público, com quem e para quem tocamos é um aprendizado imenso... Veja que estou enfatizando muito isso, pois hoje em dia as pessoas parecem esperar as coisas caírem dos céus, e mesmo quando conseguem alguma oportunidade perdem a chance de aprender como funciona a alavanca underground.


06 – Para quem acompanhava a banda ao longo dos anos, percebeu que a sonoridade deu uma freada na porradaria, mas sem perder a brutalidade e o lado mais técnico, pelo contrario, isso ficou ainda mais evidente. Qual o motivo desta mudança?
ADRIANO RIBEIRO – Com a entrada do Alex Pazetto (Bass/Vocals) e do Carlos Fernandes (Drums), a banda recebeu uma carga nova de influências, e isso ajudou a moldar o estilo. Nós fazemos o mesmo death metal de sempre só que de uma forma mais trabalhada, com a bateria, baixo e guitarra indo cada um para um lado, mas tudo dentro do conceito da música, e até agora pelo que vimos as pessoas estão gostando muito, pois o som ficou mais nítido, onde o lado musical do conjunto concilia-se muito bem com a individualidade de cada membro, e isso eu acho que é um dos fatores que mais se destaca nessa nova formação.


07 – Ainda sobre as mudanças, porém agora falando sobre as diferentes formações e a intrigante parada nas atividades em 2003 e agora à volta em Power Trio. Adriano, como sendo o único integrante da formação original, gostaria que falasse sobre estas mudanças e o momento atual em que a banda se encontra? Como foi a procura por essa nova formação?
ADRIANO RIBEIRO – Primeiramente queria deixar claro que está já é a quarta formação como trio, e tudo faz parte de um aprendizado, nem as grandes bandas conseguem passar ilesas com suas formações, visto que o ser humano é um animal que não se acomoda, salvo raras exceções... Quando vi o Alex tocando com a VULKRO (banda de Doom na qual ele também toca) não pensei duas vezes, vi que ele seria o cara certo pra banda, e acertei na minha escolha. Nós dois corremos atrás do meu irmão o kennedy (antigo batera da KHROPHUS e atual proprietário da KR CUSTOM DRUMS), mas ele nos disse que não poderia cumprir as tarefas da banda pois o trabalho com a KR CUSTOM DRUMS já lhe toma todo o tempo, além dele também trabalhar como técnico de bateria de algumas bandas de Floripa. Portanto fomos pesquisando alguns bateras e logo chamamos o Carlos, que fez o teste e não saiu mais... Daí em diante, passei as músicas para eles, criamos as linhas de baixo, bateria e vocal, gravamos o EP “SYMBOLS FROM DEATH” e botamos o pé na estrada. No momento estamos nos preparando para gravarmos nosso novo cd em novembro, mas fizemos ao todo nessa nova tour 22 shows em diversas cidades e estados. Quanto a dar uma pausa na banda justamente no auge foi por eu ter um problema de tendinite no braço e ombro direito, que me fez parar de tocar guitarra quase que completamente por dois anos a fio. Mas estou aí, curto os mesmos sons, estou na cena a quase 20 anos, já estive em mais de 500 shows undergrounds, e sempre batalhei para ajudar a todos e não somente a minha banda. Acho que não preciso provar nada a ninguém.


08 – O que você percebe Adriano que tenha mudado nessa volta à ativa? Refiro-me ao cenário como um todo (shows, bandas, estruturas, divulgação, venda de material, etc.)?
ADRIANO RIBEIRO – Acho que hoje em dia tem mais público, apesar de não ser concentrado, e também o fato de as bandas serem mais respeitadas... Mas o que mudou muito mesmo foi os equipamentos, os shows sempre têm bons equipamentos, o que não ocorria antes. Quanto a divulgação, hoje temos internet que facilita bastante a proximidade com contatos importantes. Na verdade eu acompanhei todo esse processo, só não pude estar tocando, mas estive sempre próximo.


09 – A Brutal Productions sempre foi um dos pilares na realização de shows, intercâmbios entre bandas de todas as regiões do Brasil e do exterior. Você sempre lutou por mais união e fortalecimento da cena. Quais são os planos em termos de organização de shows com a volta á ativa da Khrophus? O que podemos esperar da Brutal Productions de agora em diante?
ADRIANO RIBEIRO – No momento a Brutal Productions está associada à Vooadera Produções e estamos trabalhando em conjunto em vários shows. Qualquer informação pode ser conferida através do site www.myspace.com/vooadera


10 – Através de conversas com vocês, soube que os planos imediatos estão voltados para gravar um novo álbum. Como está o andamento para esse novo material?
ADRIANO RIBEIRO – Todas as músicas já estão compostas, estamos apenas ensaiando para chegar novembro e gravá-las. Esperamos estar lançando o novo CD no primeiro semestre de 2009. Se alguém estiver interessado em distribuir o CD ou algum material da KHROPHUS não hesite em entrar em contato, estamos abertos as propostas.


11 – Recentemente em comemoração aos 15 anos de fundação da Khrophus houve a realização de um show e para isso foi montado um Cast de peso e tive o prazer de estar tocando com a Warmagedoom neste show em questão. No dia e no momento do show da Khrophus, que você Adriano estava muito ansioso e nervoso, o que é absolutamente normal pela situação, porém era facilmente notória sua satisfação em estar no palco novamente tocando ao lado da Khrophus. Em suas palavras, gostaria de saber como foi essa experiência?
ADRIANO RIBEIRO – Eu amo tocar, e a KHROPHUS traduz isso perfeitamente. Estar completando 15 anos de banda não é fácil, por eu estava ansioso e até um pouco nervoso. Eu me orgulho cada vez mais, adoro estar viajando e tocando, conhecendo novas pessoas, recebendo manifestação de carinho de pessoas que são parte de uma engrenagem chamada underground, que juntas movem esse sistema paralelo, que ainda não é dominado pelas corporações ou políticas, que ainda é o nosso meio de expressão e manifestação, seja por atitudes, palavras ou manifestações. Todos juntos temos um ideal, mas parece que não sabemos ao certo que ideal é esse, pois estamos vivendo uma duplicidade, digamos, vivemos o sistema dentro do sistema. O underground ainda é um bebê engatinhando e temos muito que aprender e crescer, espero que um dia possamos olhar para trás e dizer para os nossos netos, nós fizemos parte deste mundo alternativo e conseguimos quebrar as barreiras...


12 – Agradeço a banda Khrophus pela entrevista e deixo o espaço para suas considerações.
ADRIANO RIBEIRO – Nós é que temos que agradecer pelo espaço cedido, e pelo apoio incondicional do amigo IVAN que sempre mantivemos uma amizade mútua, de respeito e cooperação. Valeu mesmo pela força. Sorte a todos. Obrigado.
Qualquer informação sobre a KHROPHUS ou para adquirir materiais entre em contato:

A/C ADRIANO RIBEIRO
R: ADÃO SCHMIDT, 31 (LADO DO Nº 1730)
BARREIROS – SÃO JOSÉ/SC – CEP 88.117-261

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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

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